A arte é a paixão que me induz ao desafio de ser uma artista plástica contemporânea e compreender, a partir desse ponto de vista, a história do homem, seu percurso e evolução, enquanto investigo o meu próprio íntimo. O primeiro contato com a arte foi através de aulas que frequentei de pintura em porcelana no correr da minha fase de pré-adolescência. Não tardou muito para eu definir que minha graduação seria nessa área e, assim, estudei Belas Artes na UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro – durante três anos e meio dos cinco anos, que é a duração de curso. Concluí meus estudos na UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – como Bacharel em Artes Visuais. Na sequência, fiz uma Especialização em Arte na Educação Escolar, o que me habilitou a ministrar aulas nas áreas de Arte e Moda.
Produzi muitas aquarelas durante os anos 1980 e 1990, encantada pelos papéis que possibilitam belas manchas coloridas com temas como florais, naturezas-morta e figura humana, principalmente a feminina. Após minha graduação, em 2002, pintei telas com tinta acrílica numa série que chamei Bares, Taças e Garrafas e cujo tema voltou na série In Vino Veritas, desenhos em pastel seco sobre papel e se repete nas séries 7 Tons de Vermelho e Do Vermelho ao Vinho na técnica de grafite e bastão oleoso sobre papel.
Viajei à Paris por um período considerável e transformei essas experiências em pinturas que refletem comportamentos e atitudes, às vezes, de exageros e antagonismos, assim como uma urgente preocupação com o meio ambiente, o lixo e as questões locais de conflitos e contrastes sociais e ambientais.
A figura feminina é sempre inspiração e está presente nos desenhos Branco e Vermelho vira Rosa. Desenhar ou pintar uma rosa é, para mim, um exercício mental e filosófico. Outra característica das minhas obras são as escritas nas composições e a influência da moda nos desenhos e pinturas como a série Evas, mulheres urbanas que refletem o padrão de comportamento e estética atual.
Os desenhos da série Redesenhando Paris ilustram momentos e impressões da cidade luz e seus tons de inverno, estação que sempre viajo para a cidade mais charmosa do planeta.
A série Saphadinhas são desenhos divertidos e provocantes, inventados ou de figuras femininas de obras famosas como a Monalisa de Leonardo da Vinci, As Banhistas de Renoir (detalhe), a Olímpia de Manet, entre outros, em bastão oleoso e pastel seco sobre papel. Interessa-me, também, a forma como os corpos femininos ocupam o espaço e o branco do papel.
As pinturas intituladas Os Corpos que Buscamos são corpos recortados nas telas de fundo vermelho ou suas cores análogas, em movimentos ou estáticos, posando ou repousando, algumas são modelos vivos e outros são inspirados em fotografias artísticas e pinturas de alguns períodos da história da arte. O ser humano e sua materialidade através do corpo e como esse corpo é usado pela mídia tanto como objeto que desperta desejo, como o corpo que é suporte de objetos de desejo me interessam, assim como a provocação através do recorte de partes consideradas sensuais ou eróticas muito exploradas para atrair o espectador/consumidor. A figura humana é, além da sua estética que marca o seu tempo, tema atemporal que fascina pela possibilidade de ser além da matéria.
Foi no emaranhado das folhas verdes e viçosas com as folhas maduras e secas, vida e morte, na beleza plástica do caos das folhas tombadas, que encontrei a inspiração para produzir esta série que chamei Bananeiras. Pau fincado na terra fiquei intrigada com a lisura do caule e as formas-elementos que o adornam quando as folhas vão crescendo. Abrem-se como leques em folhas gigantes, compridas, plenas. Olhando de baixo para cima, a folhagem parece sustentar o azul do céu mesmo ao balanço do vento. A flor é a rainha, só ela se veste com a cor carmim e roxo-lilás. É forte e poderosa, inventa cachos da fruta banana, formando colares em seu pescoço que quanto mais longo mais frutas produziu. Os ciclos do bananal são dinâmicos e acontecem no mesmo espaço e tempo ao som dos pássaros, algazarras de aves que se fartam de comer, ventos, brisas, tempestades e toda natureza crua que compõe a cena. Envolvi-me com a rotina das bananeiras, seus barulhos e imponência, de dia suas luzes e de noite suas sombras. Cada parte da árvore é, desde quando surge do chão e se atira em direção ao céu, rica de todas as formas.
Zilá Soares
CURRÍCULO
Nome: ZILÁ SOARES
Nacionalidade: Brasileira
Naturalidade: Campo Grande – MS
Nascimento: 23 de Janeiro de 1957
Endereço: Rua Caioás, 116 – Campo Grande – MS – Brasil
Telefone: (067) 9-9184-1881 / 3324-4379
E-mail: zilasoares@gmail.com
Site: www.zilasoares.art.br
Formação
2003/2004 – Especialização Lato Sensu em Artes na Educação Escolar
2002/2003 – Bacharel em Artes Visuais – UFMS
Experiência Profissional
2004 a 2011- UNIDERP – Docente – História da Arte – História da Moda – Fundamentos do Desenho – Docente – Desenho de Moda – Cultura Brasileira – Cultura Regional
2006 – UNAES – Docente – Cultura Brasileira – História da Moda
2009 – SENAC – Desenho para Moda
2010 – Projeto Interação Capacitação em Artes e Cultura 2ª Etapa – Docente – Curso de Curadoria e Montagem de Exposição – Ponta Porã, Bonito e Corumbá
2014 – Júri de Seleção do Salão de Arte de Mato Grosso do Sul 2014
Exposição Individual
2013 – XXIX UNIARTE – Exposição ‘Os corpos que buscamos’ – UNIGRAN – Dourados, MS
2013 – Desenhos: ‘Saphadinhas’ – Galeria da Morada dos Baís – Campo Grande, MS
2013 – Segunda Temporada de Exposições no MARCO – Museu de Arte Contemporânea 2013 – Exposição ‘Os corpos que buscamos’ Pinturas e Desenhos – Campo Grande, MS
2012 – ‘Do vermelho ao vinho’ – Grande Galeria do Memorial da Cultura – Campo Grande, MS
2012 – Exposições ‘Do Vermelho ao Vinho’ – Twist Bar – Campo Grande, MS
2011 – Exposições ‘Branco e Vermelho vira Rosa’ – Galeria Lucia Barbosa – Casa de Ensaio – Campo Grande, MS
2010 – Exposições de desenhos ‘In Vino Veritas’ – Território do Vinho – Campo Grande, MS
1990 – Exposição de Aquarelas – Fundação de Cultura Júlio Campos – Várzea Grande, MT
Principais Exposições Coletivas
2014 – Coletiva ‘Mais para o Centro’ – Segunda Temporada de Exposições do MARCO, Museu de Arte Contemporânea – Campo Grande, MS
2013 – Coletiva ‘Terra Vermelha’ – Galeria da Morada dos Baís – Campo Grande, MS
2012 – Exposição ‘7 Tons de Vermelho’ – Grande Galeria do Memorial da Cultura – Campo Grande, MS
2012 – Exposição ‘O Paraíso é Aqui?’ – Grande Galeria do Memorial da Cultura – Campo Grande, MS
2011 – Exposições Coletivas ‘Percursos Compartilhados’, 30 anos de Artes da UFMS – MARCO, Museu de Arte Contemporânea – Campo Grande, MS
2010 – XXVI Uniarte – UNIGRAN – Dourados, MS
2009 – Artistas Brasileiros 2009 Novos Talentos – Pinturas – Salão Branco do Palácio do Congresso Nacional – Brasília – DF
2009 – Coletiva de Pinturas 4 – Ana Ruas, Priscilla Pessoa, Evandro Prado e Zilá Soares – Galeria Wega Neri, Centro Cultural José Octávio Guizzo – Campo Grande, MS
2007 – Projeto Território Ocupado: ‘Saia Rodada, um olhar feminino sobre a arte’ – Grande Galeria do Memorial da Cultura – Campo Grande, MS
1985 – Artistas Campistas – Feira de São Salvador, Fundação de Cultura – Campos, RJ
1984 – III Salão de Artes Plásticas de Mato Grosso do Sul – Centro Cultural de MS – Campo Grande, MS
Publicações
2013 – Capa da Revista do Ministério Público do Trabalho do Mato Grosso do Sul
2013 – Livro e Agenda Permanente ‘Zilá Soares Fases’ – Governo do Estado de Mato Grosso do Sul
2013 – Livro ‘Vozes das Artes Plásticas de MS’ – Governo do MS
2012 – Cultura em MS – nº 05, p. 09 ”Espelho – O que sou, o que me contém”
2011 – Revista A Gente MS nº 134 – p.12 e 13 “Campo Grande ainda não dói”, texto da crítica de artes Maria Adélia Menegazzo
2010 – Livro “Artistas Brasileiros 2009, Novos Talentos – Pinturas”. Secretaria Especial de Editoração e Publicações, Brasília
2005/06 – Revista Moda MS – A Revista da Tecelagem e do Vestuário de Mato Grosso do Sul
2005 – Livros “As Artes Plásticas em Mato Grosso do Sul” de Maria da Glória Sá Rosa, Idara Duncan e Iara Penteado
2001/2002 – Assessora de Comunicação de Artes Visuais / UFMS – Campo Grande – MS
1983 – Ilustrações do livro “Estação Provisória” de Lélia Rita de Figueiredo Ribeiro – Campo Grande – MS